La Creazione di Adamo, Michelangelo (A propósito desta obra-prima)
Le mani sono i ponti per l'eternità... Carla Augusto
14 commenti:
Anonimo
ha detto...
A propósito de mãos, recordo o Poema de Manuel Alegre:
Com mãos se faz a paz se faz a guerra. Com mãos tudo se faz e se desfaz. Com mãos se faz o poema - e são de terra. Com mãos se faz a guerra - e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra. Não são de pedras estas casas, mas de mãos. E estão no fruto e na palavra as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no tempo como farpas as mãos que vês nas coisas transformadas. Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor, cada cidade. Ninguém pode vencer estas espadas: nas tuas mãos começa a liberdade.
hoje com as minhas mãos fechei e arrumei o meu guarda-chuva bebi alguns copos de água um copo de leite comi três bolachas integrais acariciei uma dúzia de rostos femininos descasquei e comi kiwis clementinas maçãs e peras tentei compor para ti um poema escrevi uma carta enviei essa carta marquei vários números de telefone telefonei acendi uma vela abri diversos livros coloquei na aparelhagem música e poesia fiz o jantar lavei loiça fiz uma festa à gata outra cadela dei á chave fui-me embora dei á chave regressei acendi a lareira ...........
Querida carla já pensaste nas pequenas coisas que fazemos com as mãos em cada dia? é impossível contabilizar!
não sei se os miudos de hoje sonham se vivem às vezes olho para eles e não gosto do que vejo quer no aspecto quer nas atitudes dá ideia que um ladrão qualquer lhes roubou o cérebro e o coração Hoje a rapaziada parece que já nasce completamente traumatizada mesmo os bons alunos são egoistas superficiais sem vontade para nada podres depois a sociedade encarrega-se de apodrecer o resto Não nos podemos referir a eles usando determinadas palavras tudo paninhos quentes porque podem ficar traumatizados para po resto da vida(palavras como "o aluno é um desleixado, desmotivado,mal educado...coisas assim) quase não podemos ensiná-los a estudar a ser responsáveis a respeitar os outros porque isso pode traumatiza-los para o resto da vida ...e tudo tão light porque, de contrário, podem ficar traumatizados para o resto da vida Eles, porém, podem mandar-te à merda, curpir-te na cara agredir-te fisica verbal e psicologicamente coitados tão adolescentes, que lhes pode acontecer? não podemos traumatizá-los para o resto da vida!
e por isso cada vez mais traumatizados para o rsto de tudo
Desculpa, acabei de me arreliar com uma turma deles Alimento determinadas expectativas... depois fico decepcionado com tanto vazio Odeio ver as pessos a apodrecer e a vegetar nesse vazio felizes e contentes A cegueira e a idiotice são coisas tão tristes! zém
Dia 6 (Dezembro)levei à minha escola o Professor Doutor pe. Joaquim Carreira das Neves, 21 horas, para falar da Bíblia e das questões acerca do Natal.Conheces este homem? É um especialista a nível internacional das questões bíblicas(raízes do texto bíblico, leitura, tradução e interpretação dos textos bíblicos. Já foi meu professor há vinte e tantos anos na Universidade Católica de Lisboa. Além do mais é meu amigo. É uma óptima companhia para uma tortúlia, para jantar, almoçar, tomar café. Eu penso que se as pessoas não servem para jantar connosco, para tomar um café e contarem umas histórias interessantes, também não valem como pessoas, ora o Pe. carreira das Neves... Foi uma espécie de tortúlia este encontro na minha escola. Vem sempre pouca gente a este tipo de encontros. Também não é precia muita.As pessoas, não sei, têm sempre muito que fazer á noite... Somos muito comodistas.Temos sempre frio, sono, qualquer coisa para arrumar. A Bíblia interessa-me enquanto texto literário e enquanto texto religioso, cultural... A Bíblia é património da humanidade e não apenas dos cristãos. Não sinto qualquer preconceito face à Bíblia.Uso-a como me apetece. O pe. Carreira das neves foi quem mais me ensinou de Bíblia. Nos aspectos ligados à lieteratura continua a aprender muitíssimo com a Professora Maria Lúcia Lepeck, conheces? Foi uma noite fantástica esta passada na minha escola.
-------
hoje conheci um homem, o tio Luís, vamos dizer assim, que é um poeta da madeira (carpinteiro) com o martelo e o serrote nas suas mãos inventa personagens de madeira a madeira toma forma e vive tal como as palavras na boca do poeta
o presépio que eu fiz nós fizemos um rio verde de musgo uma cachoeira verde de luz e espuma verde enquanto Jose Carreras cantava outro rio íntimo... o menino que vai nascer há-de ser o barqueiro da nossa meia-noite que gostaríamos de encontrar quando ás escuras da margem de cá quisermos atravessar para a mergem de lá
hoje, na minha escola, fiz a minha festinha de natal os meus alunos representaram (foi um espectáculo-ensaio)histórias de Natal escritas de propósito para este ano diseram poesia também escrita para hoje (tema - Natal) por fim terminamos com um concerto de Natal a cargo de um grupo amador da zona foi muito bom, sobretudo porque contei com a presença de muitos alunos meus e de(sete) Encarregados de Educação e tudo isto á noite das 20 às 22h estou contente! beijos, carla
quantas demãos são necessárias para aprimorar o riso? mozart quarteto para flauta estás a ouvir? o frio não entra na pele da música as árvores ao frio sem frio gosto do frio e de um calorzinho do frio allegro adagio andante bastariam estas palavras com mãos para aprimorar o riso do frio as folhas de outono dormem outras com o vento dançam sem frio a erva espera um improviso entrelaçadas mãos o diospireiro perdeu as folhas para o outono agora ali está ele sem mãos dessas folhas andante com variazioni menuetto allegretto grazioso outra vez allegro rodopiando até os eucaliptos dançam enquanto se evaporam em aromas nocturnos quantas demãos ainda faltam?
leite quente com mel mel quente com leite leite e mel quentes quente com mel e leite quente com leite mel mel de quente e leite quente de mel e leite mel de leite quente quente de leite e mel alivia a garganta alivia a fome e adormece-te
sete dentro duma porta pregados colados rotulados sugestões de natal infelizes sete infelizes cheios de natais de sugestões infelizes os sonhos de natal ao todo nove neste caso o natal é um corpo de bailarinos passos ritmo desenhos... certa monumentalidade em cada gesto corpos propostos bruscos e a alma desses corpos existe? a queda de quê? seiosindícios bicos de azul e amarelo parecem olhos seiosindícios parecem olhos os olhos dela são os seiosindícios disso um azul outro amarelo o mistério dos seios desse olho um azul outro amarelo
árvores um vidro perfurado parece uma estrela de natal o menino é uma estrela de natal que perfurou o vidro depois um longo corredor ela anda à espera ao longo do corredor do menino como quem espera uma pedra que lhe perfurará o peito o peito o corpo de baile ergue o pé esquerdo apoia-se no direito como quem espera outra pedra outra pedra as árvores secaram queimaram-nas não existe uma ponte na imagem existe um cartaz dum banco importante e a fotografia de um homem pensativo talvez á espera de outra pedrada
........ atirasse outra pedra um homem de perfil como se pensasse na pedra que alguém atirasse sabe-se lá donde pedras em cima do telhado de graça agora cruza e descruza braços coloca uma cigarrilha no canto da boca e finge alhear-se de tudo mas ninguém pode alhear-se deste instante sons personalidade imagens antigas ali pelo canto da boca o corpo dos bailarinos é apenas um instante de cartaz podiam ter sido eles os pastores de visita ao menino dançando para o menino "de sua mãe" inverto as cabeças os rostos fotografo-os colo-os na parede o teu rosto vai ao ponto de sugerir o corredor comprido uma mulher á espera carla agora o caminho pelo inverso não diz nada espera a bailarina veste-se despindo-se é essa a sua parte executa para mim um número de percussão pratos tambores batuques... encosta uma escada a uma ideia sobe quanto me amas pergunta sobre um fundo verde tudo se resume a uma cor de chocalete lábios de chocolate mãos de chocolate corpo de chocolate a palavra é de chocolate por isso escrever é uma necessidade doce de chocolate página 62/63 primeiro dirse-ia o riso com mãos invisíveis em segundo plano o riso a quatro mãos olhado no terceiro plano o riso por interposta pessoa portanto um não-riso ou o riso de outrem é triste um mundo povoado de ausências de riso carla a isabel compõs um sorriso para mim e entregou-o em mão um sorriso é um cartão preto com uma imagem multicolor dentro vê-se que é um sorriso muito belo pelo facto de ser uma mão com um menino ao colo o menino tem os braços abertos encaixa perfeitamente no corpo da mãe encaixilho-o coloco-o na minha parede favorita não, é diferente de um rosto a dormir pendurado na parede não, o desenho de isabel é mesmo um sorriso pleno e um violino a rapariga exprime-se com o violino que sorte, não vejo nenhum maligno capaz de estilhaçar outra pedra contra o violino quem atira violenta uma pedra contra um violino estilhaçando-o estilhaça o próprio destino é isso que o pensador, de perfil pensa de graça carla imagino-te ao fundo do corredor o eu labirinto branco da cabeça aos pés "dia e noite" a luz atinge-te pela esquerda é assim que os anjos aparecem luz a luz perfurou a vidraça entrou resta a bailarina principal dá à luz um desenho minucioso de músculos gestos cores movimentos tanto posso ver ritmos múltiplos como uma sincronia disso tudo em suspenso numa palavra é muito belo este corpo feminino de cada palavra é estranho não deixar de pensar que um corpo assim tem de ser divino o corpo desta mulher parece o belo todo transfigurado em cima do palco e tudo termina como no princípio o corpo dos bailarinos descontraido como quem reconhece os próprios passos depois de um sonho nove bailarinos nove
Carla desculpa tanto palavreado é possível que te chateie mas estou feliz acabaram as reuniões se te chatear sabes que fazer
14 commenti:
A propósito de mãos,
recordo o Poema de Manuel Alegre:
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Bjs, Dora
hoje com as minhas mãos fechei e arrumei o meu guarda-chuva
bebi alguns copos de água
um copo de leite
comi três bolachas integrais
acariciei uma dúzia de rostos femininos
descasquei e comi kiwis clementinas maçãs e peras
tentei compor para ti um poema
escrevi uma carta enviei essa carta
marquei vários números de telefone telefonei
acendi uma vela
abri diversos livros
coloquei na aparelhagem música e poesia
fiz o jantar
lavei loiça
fiz uma festa à gata outra cadela
dei á chave fui-me embora
dei á chave regressei
acendi a lareira
...........
Querida carla
já pensaste nas pequenas coisas que fazemos com as mãos em cada dia?
é impossível contabilizar!
está frio
vem quecer-te
com as mãos posso cortar uma pequena porção do meu chocolate
olha lava uma maçã
desculpa agora não me apetece molhar as mãos em água fria
não comas tant chocolate
faz-te mal
amanhã acordas com borbulhas
corto uma pequena porção de chocolate para ti
lavo a maçã
não tenho problemas de brbulhas
com as minhas mãos
espero que estejas bem
beijos
Zém
é horrível, os erros fazem de propósito escondem-se...
desculpa
às vezes não dá tempo para reler e corrigir
Zém
Olá
não sei se os miudos de hoje sonham se vivem
às vezes olho para eles e não gosto do que vejo
quer no aspecto quer nas atitudes
dá ideia que um ladrão qualquer lhes roubou o cérebro e o coração
Hoje a rapaziada parece que já nasce completamente traumatizada
mesmo os bons alunos são egoistas superficiais sem vontade para nada
podres
depois a sociedade encarrega-se de apodrecer o resto
Não nos podemos referir a eles usando determinadas palavras
tudo paninhos quentes
porque podem ficar traumatizados para po resto da vida(palavras como "o aluno é um desleixado, desmotivado,mal educado...coisas assim)
quase não podemos ensiná-los a estudar a ser responsáveis a respeitar os outros porque isso pode traumatiza-los para o resto da vida
...e tudo tão light
porque, de contrário, podem ficar traumatizados para o resto da vida
Eles, porém, podem mandar-te à merda, curpir-te na cara
agredir-te fisica verbal e psicologicamente
coitados tão adolescentes, que lhes pode acontecer?
não podemos traumatizá-los para o resto da vida!
e por isso cada vez mais traumatizados para o rsto de tudo
Desculpa, acabei de me arreliar com uma turma deles
Alimento determinadas expectativas... depois fico decepcionado com tanto vazio
Odeio ver as pessos a apodrecer e a vegetar nesse vazio felizes e contentes
A cegueira e a idiotice são coisas tão tristes!
zém
Abraço para ti
Zém
Dia 6 (Dezembro)levei à minha escola o Professor Doutor pe. Joaquim Carreira das Neves, 21 horas, para falar da Bíblia e das questões acerca do Natal.Conheces este homem? É um especialista a nível internacional das questões bíblicas(raízes do texto bíblico, leitura, tradução e interpretação dos textos bíblicos. Já foi meu professor há vinte e tantos anos na Universidade Católica de Lisboa.
Além do mais é meu amigo. É uma óptima companhia para uma tortúlia, para jantar, almoçar, tomar café. Eu penso que se as pessoas não servem para jantar connosco, para tomar um café e contarem umas histórias interessantes, também não valem como pessoas, ora o Pe. carreira das Neves...
Foi uma espécie de tortúlia este encontro na minha escola. Vem sempre pouca gente a este tipo de encontros. Também não é precia muita.As pessoas, não sei, têm sempre muito que fazer á noite...
Somos muito comodistas.Temos sempre frio, sono, qualquer coisa para arrumar.
A Bíblia interessa-me enquanto texto literário e enquanto texto religioso, cultural... A Bíblia é património da humanidade e não apenas dos cristãos. Não sinto qualquer preconceito face à Bíblia.Uso-a como me apetece.
O pe. Carreira das neves foi quem mais me ensinou de Bíblia. Nos aspectos ligados à lieteratura continua a aprender muitíssimo com a Professora Maria Lúcia Lepeck, conheces?
Foi uma noite fantástica esta passada na minha escola.
-------
hoje conheci um homem, o tio Luís, vamos dizer assim, que é um poeta da madeira (carpinteiro)
com o martelo e o serrote nas suas mãos inventa personagens de madeira
a madeira toma forma
e vive
tal como as palavras na boca do poeta
fita métrica
lápis
formão
martelo
pregos
parafusos
serrote
olhar
bigode
carla o processo de criação do Tio Luís é o mesmo do poeta
um inventa as formas na madeira
o outro a nas palavras
depois de inventadas
um e outro deixam ir as suas criações à sua vida
e mais nada
Beijos
e flores para ti
neste feriado
Zém
o presépio que eu fiz
nós fizemos
um rio verde de musgo
uma cachoeira verde de luz
e espuma verde
enquanto Jose Carreras
cantava outro rio íntimo...
o menino que vai nascer há-de ser o barqueiro da nossa meia-noite
que gostaríamos de encontrar
quando ás escuras
da margem de cá
quisermos atravessar
para a mergem de lá
Zém
olá
hoje, na minha escola, fiz a minha festinha de natal
os meus alunos representaram (foi um espectáculo-ensaio)histórias de Natal escritas de propósito para este ano
diseram poesia também escrita para hoje (tema - Natal)
por fim terminamos com um concerto de Natal a cargo de um grupo amador da zona
foi muito bom, sobretudo porque contei com a presença de muitos alunos meus e de(sete)
Encarregados de Educação
e tudo isto á noite
das 20 às 22h
estou contente!
beijos, carla
enfim
com as mãos
a paz
o natal
tudo
Zém
quantas demãos são necessárias
para aprimorar o riso?
mozart
quarteto para flauta
estás a ouvir?
o frio não entra na pele da música
as árvores ao frio sem frio
gosto do frio
e de um calorzinho do frio
allegro adagio andante
bastariam estas palavras
com mãos para aprimorar o riso do frio
as folhas de outono dormem
outras com o vento dançam sem frio
a erva espera um improviso
entrelaçadas mãos
o diospireiro perdeu as folhas
para o outono agora
ali está ele sem mãos
dessas folhas
andante com variazioni
menuetto
allegretto grazioso
outra vez allegro rodopiando
até os eucaliptos dançam
enquanto se evaporam em aromas
nocturnos
quantas demãos ainda faltam?
beijos
bom domingo
ainda tenho rosas por aqui
Zém
leite quente com mel
mel quente com leite
leite e mel quentes
quente com mel e leite
quente com leite mel
mel de quente e leite
quente de mel e leite
mel de leite quente
quente de leite e mel
alivia a garganta
alivia a fome
e adormece-te
beijos
amanhã montes de reuniões
acordar cedo
rosas
mãos cheias
p ti
Zém
sete
dentro duma porta
pregados colados rotulados
sugestões de natal
infelizes
sete
infelizes cheios de natais de sugestões infelizes
os sonhos de natal ao todo nove
neste caso o natal é um corpo de bailarinos
passos ritmo desenhos... certa
monumentalidade em cada gesto
corpos propostos bruscos
e a alma desses corpos
existe?
a queda de quê?
seiosindícios bicos de azul e amarelo parecem olhos
seiosindícios parecem olhos
os olhos dela são os seiosindícios disso um azul outro amarelo
o mistério dos seios
desse olho
um azul outro amarelo
árvores
um vidro perfurado parece uma estrela de natal
o menino é uma estrela de natal que perfurou o vidro
depois um longo corredor
ela anda à espera ao longo do corredor
do menino como quem espera
uma pedra que lhe perfurará o peito
o peito
o corpo de baile ergue o pé esquerdo apoia-se no direito
como quem espera outra pedra
outra pedra
as árvores secaram
queimaram-nas
não existe uma ponte na imagem
existe um cartaz dum banco importante
e a fotografia de um homem pensativo
talvez á espera de outra pedrada
depois continuo
zém
........
atirasse outra pedra
um homem de perfil
como se pensasse na pedra
que alguém atirasse sabe-se lá donde
pedras em cima do telhado
de graça
agora cruza e descruza braços
coloca uma cigarrilha no canto da boca e finge alhear-se de tudo
mas ninguém pode alhear-se deste instante
sons personalidade imagens antigas
ali pelo canto da boca
o corpo dos bailarinos é apenas um instante de cartaz
podiam ter sido eles os pastores
de visita ao menino
dançando para o menino
"de sua mãe"
inverto as cabeças os rostos fotografo-os
colo-os na parede
o teu rosto vai ao ponto de sugerir
o corredor comprido
uma mulher á espera
carla
agora o caminho pelo inverso
não diz nada
espera
a bailarina veste-se despindo-se
é essa a sua parte
executa para mim um número de percussão
pratos tambores batuques...
encosta uma escada a uma ideia
sobe
quanto me amas
pergunta sobre um fundo verde
tudo se resume a uma cor de chocalete
lábios de chocolate
mãos de chocolate
corpo de chocolate
a palavra é de chocolate
por isso escrever é uma necessidade doce
de chocolate
página 62/63
primeiro dirse-ia o riso
com mãos invisíveis
em segundo plano o riso a quatro mãos olhado
no terceiro plano o riso por interposta pessoa
portanto um não-riso
ou o riso de outrem
é triste um mundo povoado de ausências de riso
carla
a isabel compõs um sorriso para mim e entregou-o em mão
um sorriso é um cartão preto com uma imagem multicolor dentro
vê-se que é um sorriso muito belo
pelo facto de ser uma mão com um menino ao colo
o menino tem os braços abertos
encaixa perfeitamente no corpo da mãe
encaixilho-o
coloco-o na minha parede favorita
não, é diferente de um rosto a dormir pendurado na parede
não, o desenho de isabel é mesmo um sorriso pleno
e um violino
a rapariga exprime-se com o violino
que sorte, não vejo nenhum maligno capaz de estilhaçar outra pedra contra o violino
quem atira violenta uma pedra contra um violino estilhaçando-o
estilhaça o próprio destino
é isso que o pensador, de perfil
pensa
de graça
carla
imagino-te ao fundo do corredor
o eu labirinto branco
da cabeça aos pés
"dia e noite"
a luz atinge-te pela esquerda
é assim que os anjos aparecem
luz
a luz perfurou a vidraça
entrou
resta a bailarina principal
dá à luz um desenho minucioso
de músculos gestos cores movimentos
tanto posso ver ritmos múltiplos como uma sincronia disso tudo em suspenso numa palavra
é muito belo este corpo feminino
de cada palavra
é estranho não deixar de pensar que um corpo assim tem de ser divino
o corpo desta mulher parece o belo todo transfigurado em cima do palco
e tudo termina como no princípio
o corpo dos bailarinos
descontraido
como quem reconhece os próprios passos
depois de um sonho
nove bailarinos
nove
Carla
desculpa tanto palavreado
é possível que te chateie
mas estou feliz
acabaram as reuniões
se te chatear
sabes que fazer
beijos
sonhos com canela
Zém
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Greets!
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Bye!
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